“Viajar? Para viajar basta existir. Vou de dia para dia, como de estação para estação, no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes, como, afinal, as paisagens são.
Se imagino, vejo. Que mais faço eu se viajo? Só a fraqueza extrema da imaginação justifica que se tenha que deslocar para sentir.
A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos.”
Fernando Pessoa
Os caboverdianos dizem que a palavra "MORABEZA" não tem tradução, nem se explica, apenas se sente.
Eu sentia-a: como é possível ser feliz com tão pouco, como é bom sentir o calor humano de um sorriso aberto (revelador de milhões de emoções), o encanto de saltar um muro, como se não existisse amanhã, como se se quisesse aproveitar ao máximo o que se pudesse, como se fossemos donos do mundo…nem que seja por momentos.