quinta-feira, 27 de março de 2008

A aventura do caminho de ferro em Portugal

Com uma história de 150 anos, a aventura do caminho de ferro em Portugal leva-nos até 1856, data em que a estratégia política de obras públicas de Fontes Pereira de Melo tinha como principal objectivo contrariar a imagem de um país conformado e pouco empreendedor. Na época o comboio foi considerado um factor de competitividade, não obstante algumas vozes discordantes: Alexandre Herculano defendia veementemente que “o melhoramento social e moral dos povos” não dependia da sua existência e Almeida Garret gracejava, dizendo que nunca viajaria “nos comboios dos barões”. Dados da época revelam que em 1798 a primeira mala-posta de Lisboa a Coimbra demorava 40 horas e em 1830, a viagem de Lisboa a Badajoz 36 horas.
Em 1856 − trinta anos após os ingleses e vinte sobre os alemães e franceses − iniciou-se a construção do caminho de ferro, com o troço Lisboa - Carregado. Noticiaram os jornais que na inauguração uma das locomotivas avariou e os vagões com convidados ficaram perdidos na linha até tarde. Apesar destas peripécias, dois anos depois já se conseguia despachar mercadorias para Lisboa a partir da estação de Santarém.
Estava dado o primeiro grande passo para o início da saga do caminho de ferro em Portugal. A actual rede ferroviária possui 3.000 quilómetros e nela circulam cerca de 180 milhões de passageiros e 10 milhões de toneladas de mercadorias por ano.

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